Ronald Biggs nasceu em Lambeth, Inglaterra. Em 1947 se alistou na RAF, mas foi dispensado com desonra em 1949 por deserção. Em 1960 casou-se com Charmian Brent, tendo com ela três filhos (um deles já falecido). Ficou famoso após assaltar um trem postal em Buckinghamshire, em 1963. Com a ajuda de mais 15 comparsas, roubou 2,6 milhões de libras, sendo detido no ano seguinte, juntamente com a maioria dos envolvidos. Depois de processado e condenado, escapou da penitenciária Her Majesty's Prison Service em Wandsworth, Londres, em 1965, escalando o muro com uma escada feita de cordas. Fugiu para Paris, onde adquiriu um passaporte falso e passou por uma cirurgia plástica. Em 1970, mudou-se para Adelaide, Austrália. Trabalhou na montagem de cenários (antes do crime, Biggs era marceneiro) no Channel 10, até que um repórter o reconheceu. Fugiu então para Blackburn North em Melbourne, permanecendo ali por algum tempo antes de viajar para o Brasil no mesmo ano, deixando esposa e filhos para trás.Como foi o assalto ao trem pagador?
Um dos roubos mais espetaculares da história aconteceu no dia 8 de agosto de 1963 - há 40 anos - e envolveu 16 pessoas no condado de Buckinghamshire, Inglaterra. Na ação, o bando levou de um trem postal a espetacular quantia de 2 631 784 libras esterlinas em notas miúdas - hoje em dia, o equivalente a cerca de 220 milhões de reais!
Duas conhecidas gangues de Londres, a South West e a South East ("Sudoeste" e "Sudeste", em português) juntaram suas forças para pôr o crime em prática. Entre os bandidos, estavam um antiquário, um renomado cabeleireiro londrino, um ex-boxeador dono de uma boate e o dono de uma pequena editora. E, claro, o carpinteiro Ronald Biggs, que se tornou mundialmente famoso por ter se refugiado no Brasil.
Os ladrões descobriram que um trem do correio recolhia os depósitos de bancos da Escócia e os levava para a capital inglesa. Eles estudaram a rota e os horários da locomotiva, além de escolher a dedo a data do crime: o dia seguinte a um feriado bancário, quando o trem carregaria os depósitos de dois dias.
Por volta das 3 e meia da manhã, o trem passava por uma região conhecida como Sears Crossing. Lá havia uma sinaleira que, ao acender uma lanterna de cor âmbar, indicava parada obrigatória cerca de 1 quilômetro adiante nos trilhos - os ladrões simularam a luz de alerta e tomaram de assalto o trem (veja infográfico). O maquinista foi obrigado a levá-los à próxima estação, onde foi descarregado o dinheiro. Acuado pela ação da polícia, o grupo abandonou às pressas o esconderijo, contratando um comparsa para limpar os rastros. No entanto, o faxineiro se limitou a surrupiar metade da dinheirama. Detalhe: o traidor nunca foi localizado pela polícia. A Scotland Yard descobriu impressões digitais nos quatro cantos da casa, o que facilitou a identificação dos assaltantes.
Menos de um mês depois, a maior parte da gangue já freqüentava a fila do bandejão do presídio mais seguro da Inglaterra.
1 - Depois de parar o trem postal com um sinal falso no meio da madrugada, os bandidos dão uma paulada na cabeça do maquinista Jack Mills
2 - Sangrando muito, Jack é obrigado pela quadrilha a conduzir o trem até uma estação próxima, onde mais bandidos aguardavam o dinheiro
3 - Os ladrões descarregam os 120 sacos de dinheiro e os levam para uma fazenda a 40 quilômetros do local do roubo
 4 - A alegria no esconderijo durou pouco: eles fugiram, mas deixaram digitais em tudo (até em peças de Banco Imobiliário), o que facilitou o trabalho da polícia 
Em 1974, foi encontrado pelo jornal Daily Express no Rio de Janeiro. O repórter Colin MacKenzie recebera informações do paradeiro de Biggs, e os detetives da Scotland Yard não tardaram a surgir em seu encalço. No entanto ele não poderia ser extraditado, pois na época não havia compromissos recíprocos ou tratados de extradição firmados entre o Brasil e o Reino Unido. Para completar, a então namorada de Biggs (Raimunda de Castro, dançarina em casas noturnas), estava grávida, situação que impedia a expulsão de Biggs, segundo a lei brasileira. Seu status de foragido também não lhe permitia trabalhar legalmente, mas não o impedia de tirar proveito do azar da Scotland Yard. Repentinamente xícaras e camisetas com a estampa de Biggs começaram a surgir em pontos turísticos do Rio. Por alguns dólares, qualquer um poderia almoçar e bater um papo com o charmoso anti-herói.
Carreira artística


Retorno à Inglaterra


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