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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sicília tem museu da máfia


O lugar que deu origem a mais popular e filmada das máfias do mundo, a ilha italiana da Sicília, inaugurou o primeiro museu dedicado a este fenômeno criminoso, adiantando-se a cidade americana de Las Vegas, que anunciou uma casa do mesmo estilo para o próximo ano. A localidade de Salemi, no noroeste da ilha mediterrânea, abriga o que, segundo seus organizadores, é um espaço “sensorial”, que pretende contribuir à luta contra esse crime organizado.

Diferentes salas com projeções e documentos relacionados com Cosa Nostra, o fenômeno mafioso por excelência que surgiu em meados de século 19 e que a Sicília exportou para o mundo, sobretudo para os Estados Unidos, forma o percurso do Museu da Máfia - Leonardo Sciascia.

- O objetivo é o de fazer uma contribuição à luta contra a máfia, não de um modo retórico, mas tentando mostrar como funcionava a máfia. Além disso, queremos recriar os ambientes nos quais atuavam - afirma o diretor artístico do museu, Nicolas Ballario.

A ideia de criar este museu chegou antes que a do “The Mob Museum” de Las Vegas, que será aberto em 2011, conta com a colaboração do FBI (polícia federal americana) e tem um orçamento de US$ 42 milhões, frente aos 60 mil euros do centro siciliano.

- O verdadeiro museu da máfia tem de estar em Sicília, onde nasceu a máfia. E tem que ser feito como o fizemos: sensorial, não um teatro como será feito em Las Vegas - acrescenta.

À revelia de objetos originais provenientes de apreensões policiais, o Museu da Máfia - Leonardo Sciascia (nome que recebe em homenagem ao célebre escritor siciliano) oferece ao visitante um percurso sensorial por várias salas nas quais as projeções são autênticas e, com elas, os 150 anos de vida deste fenômeno criminosos (foto).


O ouvido, o olfato e a visão são chaves, como detalha Ballario, para entender o que este espaço mostra, entre outras coisas, dez cabines do tipo eleitoral nas quais serão abordados diferentes aspectos do fenômeno de Cosa Nostra, como a relação com a Igreja Católica durante o passado século 20.

Uma sala com a recriação de um cadáver “cimentado”, método praticado por Cosa Nostra para apagar vestígios de seus inimigos; capas de jornais nas quais relatam seus massacres, e documentos sobre casos de mafiosos arrependidos que colaboraram com a polícia completam a oferta do museu.

Tudo dentro de uma iniciativa que coincide com os primeiros atos da realização dos 150 anos da unificação territorial da Itália, que é comemorada em 2011, praticamente ao mesmo tempo em que esteve presente a máfia na história da Sicília e do país.

Fonte: Zero Hora

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